quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pai!




De mãos espalmadas ao Céu
penso em ti...
Estico o braço
como querer agarrar o azul
As nuvéns encobriram o Sol
Fecho os olhos...
Sou transmudada para outro lugar
onde o tempo lá ficou
apenas a vigiar por quem lá passou...
E te vejo chegar
de ombros caídos
de peito côncavo
pelo cansaço.
Trazes nos olhos um brilho suave
Nas mãos o macio toque dos teus afagos,
Na boca a doçura das palavras
Um sorriso dócil ao teres chegado a casa
Eu me recolhia em ti
nos aconchego dos teus abraços,
Era a troca partilhada
nesses momentos de ternura
Ao redor da lareira.
que aquecia a casa
iluminada pela candeia...
Te pedia histórias de cruz de Cristo que existia na nossa aldeia
Sentia a tua mão no meu ombro
ouvia os estalidos da madeira,
Enchias-me a Alma
E neste lugar ao pé da lareira recordo-me de ti
da tua voz que me apazigua
e,
ainda sinto o frio nas costas e o quente pela frente
Tão preenchida é a tua Alma que a minha sente...

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